

Mostra oficial de Cannes terá Jafar Panahi, Wes Anderson, Julia Ducournau, Jean-Pierre e Luc Dardenne
O cineasta iraniano Jafar Panahi, o americano Wes Anderson, a francesa Julia Ducournau, que aspira conquistar sua segunda Palma de Ouro, e os irmãos belgas Jean-Pierre e Luc Dardenne, que buscam vencer a premiação máxima pela terceira vez, exibirão seus novos filmes no 78º Festival de Cannes, anunciou a organização nesta quinta-feira.
Seis diretoras - o recorde continua sete em 2023 - estão entre as duas dezenas de cineastas que tiveram filmes selecionados para a mostra competitiva de Cannes, segundo o anúncio do diretor geral do festival, Thierry Frémaux.
Outros nomes que estarão na competição principal são o cineasta veterano independente americano Richard Linklater e Ari Aster, grande nome recente do terror americano.
O diretor brasileiro Kleber Mendonça Filho também disputará a Palma de Ouro com "O Agente Secreto".
Mendonça Filho, um nome frequente do festival francês, já disputou a Palma de Ouro de Cannes com "Bacurau" (2019) e "Aquarius" (2016). Também participou de outras mostras do evento, como em 2023 com o documentário "Retratos Fantasmas".
Com "O Agente Secreto", o cineasta aborda a história recente do Brasil, com um thriller ambientado em 1977, durante a ditadura militar.
O festival também exibirá a estreia como diretora da atriz Scarlett Johansson, que também está no elenco do filme de Wes Anderson "The Phoenician Scheme", ao lado de Benicio del Toro e Tom Hanks.
A atriz apresentará sua estreia atrás das câmeras, "Eleanor the Great", na mostra "Um Certo Olhar".
A seleção do festival, que acontecerá de 13 a 24 de maio, ainda pode ser ampliada na próxima semana, destacou Frémaux.
A apresentação dos filmes selecionados acontece em um momento de introspecção para o cinema na França, após a divulgação de um duro relatório por uma comissão parlamentar sobre a violência sexual no mundo da cultura.
"O festival tomou conhecimento com seriedade e determinação das recomendações da comissão de investigação a respeito da violência (sexual) no setor cultural", declarou a presidente do evento, Iris Knobloch.
"As violências morais, misóginas e sexuais no mundo da cultura são sistêmicas, endêmicas e persistentes", afirma o relatório.
"O Festival de Cannes deve ser o lugar da mudança de mentalidades", advertiu a presidente da comissão, a deputada Sandrine Rousseau.
Z.Johani--al-Hayat