

Presidente argentino volta a atacar a imprensa
O presidente da Argentina, Javier Milei, voltou a atacar a imprensa que crítica as políticas de seu governo, chamando os jornalistas de "sicários" e "lixo mentiroso", em uma mensagem publicada na rede social X.
"Acredito que as pessoas não odeiam o suficiente estes sicários com credencial de supostos jornalistas. Se os conhecessem melhor, os odiariam ainda mais do que aos políticos", afirmou Milei na noite de sábado (19).
O presidente argentino atacou em várias ocasiões os jornalistas que criticam o seu governo, acusados por Milei de "ensobrados" (corruptos) e descritos como "criminosos do microfone".
Milei não organizou nenhuma coletiva de imprensa desde que assumiu o governo em 10 de dezembro de 2023 e só concedeu entrevistas a um número reduzido de jornalistas.
Desta vez, ele reagiu com irritação à cobertura da imprensa às suas declarações sobre o setor agropecuário, ao qual exigiu uma liquidação rápida das exportações, que reforçaria as reservas do Banco Central para conter as pressões cambiais.
"Acreditava que grande parte do jornalismo havia chegado à expressão máxima como lixo mentiroso com o tratamento da redução da pobreza. Me enganei. Subestimei. Eles se superaram dizendo que ameacei o campo", afirmou, em referência aos últimos dados oficiais que mostraram que a pobreza retornou aos níveis de 2023 no segundo semestre de 2024 (38%).
O presidente, que em janeiro reduziu os impostos sobre exportações agropecuárias até 30 de junho, advertiu na semana passada que não renovaria a medida, o que foi interpretado pela imprensa e pelo setor rural como uma pressão para forçar a rápida liquidação das exportações do setor, pilar da economia do país, que em 2024 representou receitas de 25 bilhões de dólares.
"Avisem ao campo que, se precisam liquidar, liquidem agora porque em julho os impostos sobre exportações voltam", afirmou Milei à Rádio El Observador.
O governo recebeu na terça-feira passada 12 bilhões de dólares (69 bilhões de reais) do Fundo Monetário Internacional (FMI), parte de um empréstimo de 20 bilhões de dólares (116 bilhões de reais) para reforçar suas reservas, que passaram a US$ 38,6 bilhões (224 bilhões de reais).
Como parte do acordo, Milei acabou com as restrições à compra de moedas estrangeiras que estavam em vigor há seis anos e estabeleceu um sistema de flutuação cambial de entre 1.000 e 1.400 pesos (entre 5 e 7 reais) por dólar.
O governo precisa de reservas abundantes para cumprir a meta de manter a cotação da moeda o mais próximo possível do limite inferior da faixa, com objetivo de conter a inflação, base do apoio social que ainda conserva e principal capital político para as eleições legislativas que acontecerão em 26 de outubro.
I.Hoshan--al-Hayat